sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL



O Natal é a data que se comemora o nascimento de Jesus Cristo.Natal tem a ver com nascimento, ou aniversário natalício, especialmente com o dia em que geralmente se comemora o nascimento de Jesus.
As antigas comemorações de Natal costumavam durar até 12 dias, pois este foi o tempo que levou para os três reis Magos chegarem até a cidade de Belém e entregarem os presentes (ouro, mirra e incenso) ao menino Jesus.
As pessoas montam árvores de Natal para decorar suas casas. Esta tradição foi trazida para o continente americano por alguns alemães, que vieram morar na América durante o período colonial.
Também é usado o presépio para decoração natalina. Ele mostra o cenário do nascimento de Jesus, ou seja, uma manjedoura, os animais, os reis Magos e os pais do menino. Esta tradição de montar presépios teve início com São Francisco de Assis, no século XIII.

Desejo a todos que amo um FELIZ NATAL! Que com o renascimento de Cristo em nossos corações, ressurjam em nós o desejo de mudar, acertar e reconstruir uma vida melhor para nós com reflexo benefico para todos que estão ao nosso lado. Vamos ser felizes pois estarmos juntos já é uma dádiva de Deus e unidos, com certeza, seremos mais fortes e mais felizes.
Amo vocês.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Quando você veio




Levei a minha vida com muito bom humor. A ciência tem mostrado que o bom humor causa bons efeitos à saúde física e mostrando relações das emoções que sentimos com a ocorrência de doenças cardíacas. Mas o fato é que procurei levar minha vida tirando muito proveito das coisas boas e deixando prá trás as coisas ruins. Hoje passo muito tempo calado ligado nos meus pensamentos, mas gosto de trazer para as pessoas o que é engraçado, a "comédia" que é o que faz rir.

QUANDO VOCÊ VEIO

Quando você veio
Deixou tudo estragado
Deixou a cama quebrada
Deixou os lençóis sujos
As roupas um caramujo
Os sapatos uma sujeira
As meias todas um mau cheiro
A camisola rasgada
O colarinho estufado
Com o Tempo nada fazia

Você quando atravessou a Rua
Ficaram todos espantados
Teve gente desmaiado
Outras pessoas sorriram
Os idosos aplaudiram
As fofoqueiras mais perto estavam
As meninas estudavam
Os meninos na escola não ligavam
As vizinhas arengavam
Até fechou a escola
E o Peru soltou sua gola

Sua cama era um rebolo
De aroeira cortada
Tinha camisa desbotada
Sapato preto sem sola
Chorava em toda hora
Não escolhia lugar
Quando eu ia viajar
De noite nunca dormia
Amanhecia o dia
Sem pensar no coração que partia

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Vou Levando



Posto esta foto da Estátua de João Cabral de Melo Neto às margens do Capibaribe.
João Cabral de Melo Neto, Poeta e Diplomata brasileiro nasceu na cidade de Recife - PE, no dia 09 de janeiro de 1920, seu primeiro livro foi Pedra do Sono. Convocado para servir à Força Expedicionária Brasileira (FEB), é dispensado por motivo de saúde. Entre outros publica: O cão sem plumas em 1945. Em 1956, Duas águas, volume que reúne seus livros anteriores e os inéditos: Morte e vida Severina, Paisagens com figuras e Uma faca só lâmina. Em Recife, no ano de 1988, lança sua antologia Poemas pernambucanos. Outras obras: Homenagem a Picasso,Volta a Pernambuco,Coisas de Cabeceira, Retrato de Andaluzia,O Arenal de Sevilha etc - Fonte:Google

VOU LEVANDO

Vou levando a minha vida
Sem sair da solidão
Vou deixando de ser Leão
Mas digo que sou zeloso
Fico convidando meu povo
Prá ir a gruta do galo
Prá você ver o badalo
Que faz o pé de umbuzeiro
Junto ao cabaceiro
Onde os porcos vão fuçar

HOJE

Hoje eu ia batalhar
Com as horas da boa vida
Passando depressa na ida
Deixando muito a desejar
Pensando no seu lugar
Tentando não ser iludido
Deixando todos bem vestido
Com o dinheiro da viola
Pegando a vida pela gola
Tentando ter outra vida

Hoje posso deixar você suspirar
Deixar-lhe no hora e veja
Só você é que deseja
Sair correndo daqui
Dizendo eu vou ali
Prá nunca mais voltar
Sua vida vai passar
Sua memória é quem vai ficar
Vou falar com Dona Lica
Prá ver o que ela dirá

domingo, 24 de outubro de 2010

Do Poeta







Recife é linda adornada pelas suas Pontes sobre o Rio Capibaribe, nome que vem da língua tupi e significa rio das Capivarasou dos porcos selvagens. O Rio Capibaribe nasce na serra do Jacarará, no município do Brejo da Madre de Deus, na divisa de Pernambuco com a Paraíba. Seu curso tem cerca de 250 quilômetros e sua bacia, aproximadamente, 5.880 quilômetros quadrados.
Esta ponte que estou colocando a foto é a Ponte D. Pedro II ou da Boa Vista ela liga o bairro de Santo Antônio ao da Boa Vista através das ruas Nova e Imperatriz, foi a segunda construída pelos flamengos no Recife. A ponte da Boa Vista foi construída em ferro batido com ladrilhos que se encaixam em formas de losangos. Por causa dos estragos provocados pelas cheias de 1965 e 1966, a ponte sofreu uma reforma e foi reestruturada em 1967.

DO POETA

Eu pensei de encontrar
Um poeta de grande força
Que só faça enxugar louças
Depois dos pratos lavados
Pareça ser malcriado
Quando se puxar por ele
Ele lhe bote no gelo
Esperando a noite chegar
E o dia a clarear
No lápis o seu pensar

Todo poeta é fogoso
Se gloria do que tem
Se lhe chamar ele vem
Não precisa nem laçar
Fica olhando as meninas passar
E a madrugada chegar
A chuva cair com fé
O trovão nas nuvens roncar
O galo cantar até
Deixando o povo de pé
Para tudo retratar

Um cantador como você
Não faz mal a ninguém
Sabe cantar repente
Tudo que faz não é errado
Canta na embolada
Nem que caia a enxurrada
Fica sozinho no tempo
Anda montado em jumento
As estradas enlameadas
Comendo carne salgada
A lagoa enchendo
E o tormento do pensamento
Que não larga em nenhum momento

sábado, 9 de outubro de 2010

O Mundo




O nosso Planeta está sofrendo por causa do descaso do homem. Planeta lindo abençoado que nos dá a terra fértil para tirarmos o nosso sustento. Terra amada, terra mãe recebendo por causa da ganância, a ingratidão do homem. Salvemos o mundo cada um faça a sua parte não precisa esperar um pelo outro. Cada um no seu canto faça a sua parte e no fim sairemos vencedores.

CORRI O MUNDO

Em Argélia eu andei
Atravessei sem ter medo
Na África não tem segredo
O mundo é toda esta área
Cruzei o deserto Saara
Não fiz consideração
E passei para o Japão
Me casei perto da China
Me admirei da menina
Que muito me desatina

Estive dentro da Itália
Falei com Português em Lisboa
Na Espanha só da coroa
A França corre demais
Os Estados Unidos não fica atrás
Argentina na charqueada
O Brasil é seu camarada
O Peru não é para comer
Paraguai pouco se vê
E o Chile deixei prá lá

O mundo é mesmo redondo
E todos a girar são felizes
Neles somos como raízes
Todos querendo um pouco mais
Tudo prá ser bom rapaz
Deixar o mundo maravilha
Mesmo quem morar numa ilha
Ninguém nunca tá só
Sempre haverá uma vó
Prá conversar no caminho

DO MUNDO

O mundo é uma maravilha
Pode quem quiser falar
O povo não pode calar
Com fé é tudo beleza
Mesmo que exista pobreza
O idioma é um só
A vida as vezes dá um nó
Para desatar é novela
Mas leve na banguela
E deixe o resto prá lá
O mundo é uma novena
Deve se cuidar dele com carinho
Todos andando na linha
Pensando num só caminho


FIM DO MUNDO

O fim do mundo está próximo
Jesus a todos participou
Chamou o povo e analisou
O que Deus fez o povo não cuidou
Nem adianta chamar um doutor
Pois tá tudo piorando
Que nem cavalo galopando

O fim do mundo já deu seu sinal
Jesus falou sem segredo
Falou sem meter medo
Falou só a verdade
Falou com o coração
O homem não tem mais ação
Só enfrentar a realidade

Das Mulheres


As mulheres são as coisas mais preciosas que Deus colocou no mundo. Sempre respeitei muito a Mulher. Costumo dizer aos meus filhos: Que feliz do homem que é dominado por uma mulher. Querendo dizer com isto que o homem que não é machão que deixa a mulher ser a rainha de seu Lar será sempre Feliz. Bendito Deus que colocou a mulher para ser nossa companheira.

DAS MULHERES

Nem todo coração chora
Nem todo homem vagueia
Mulher nem sempre é bonita
Moça porém nunca é feia
Este é meu pensamento
Falando neste momento
Não ando de encontro ao vento
Que corre do norte ao sul
Vou fazer minha bandeira
De branco rosa e azul

As Mulheres que são belas
Eu gostei quase de todas
Namorei com mulher gorda
Deixei as magras prá o fim
As morenas vieram a mim
As brancosas a suspirar
Mas não quero me gabar
Mas a mulher ciumenta
Aquela que ninguém agüenta
Esta levei prá meu lar

As mulheres de todas as cores
Todas vieram prá mim
Tive até mulher ruim
Conheci no Arpoador
Me chamou logo de amor
Prá ela não dei bolas
Só pensava na de Angola
Mas a mulher ciumenta
Aquela que ninguém agüenta
Esta levei prá meu lar

As Cariocas vieram
Olharam prá mim tão sozinho
Me encheram de carinho
Todas elas de seu jeito
Tentaram só me agradar
A de Sergipe disse não dá
Mas a mulher ciumenta
Aquela que ninguém agüenta
Esta levei prá meu lar

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Gu e Belle



Simone e Sibelle filhas de Nena e Tadeu(Meu grande amigo) apesar de serem minhas sobrinhas nasceram ao mesmo tempo que meus netos elas me chamam vozinho e eu me sinto o avô delas também. Simone nasceu primeiro, dois anos depois veio Danyelle e com mais dois anos veio Gustavo de Lenilza no dia 13 de Dezembro e no outro dia chegou Sibelle. E quando os pais iam trabalhar a Creche “Pacífico em alta voltagem” funcionava até a noite, bons tempos.E mais versinhos........ Aproveitei para postar uma foto minha com Roberto e Tadeu.

Agora no fim do ano
Previsto a escalação
O mês que Cristo nasceu
O homem da salvação
Assim também como eu
A glória que Deus me deu
Tudo porém é meu
No coração eu lhe digo
Nascer no mês de dezembro
Está fora de perigo


SIMONE foi a primeira
Adotei quando falei
DANYELLE a segunda
Entre as duas eu estarei
Assim disse o terceiro
Sou homem forte e guerreiro
Por sinal bom brasileiro
SIBELLE gritou ligeiro
Eu tenho bom coração
Não tenho medo da chuva
Eu vim prá fazer canção

Brotou uma rosa amarela
Quando GUSTAVO nasceu
SIBELLE em formosura
No outro dia apareceu
O sol que estava quente
Num momento amorneceu
Os pecadores da terra
Deixaram de pedir guerra
A vaca que sempre berra
No oriente falou
Agradecendo a Jesus
A graça que ele mandou

GUSTAVO

Eu nasci da oliveira
Da flor que Cristo cheirou
Do amor que papai teve
Quando mamãe chegou
Sentia tanto desejo
Porém garanto que vejo
Aquele bonito beijo
Como faz o beija-flor
Que beija por alimento
Papai beija por amor

Nasci do botão da rosa
Surgi do cheiro da flor
Cheguei e quero um cantinho
Carinho eu dou por amor
Meu coração está cheio
Mamãe é tudo que creio
E tudo também que leio
No ventre que me gerou
Só papai pode dizer
O segredo do amor

No sono da madrugada
No silêncio da manhã
Sonhando vejo de longe
O canto do jaçanã
Nos olhos da mãe amada
Que vejo toda gamada
Com sua roupa dourada
Que vive me acalantando
Sorrindo de alegria
E muitas vezes cantando

Agradeço ao Senhor Deus
Que deu oportunidade
Uma vida aqui na terra
Que tinha tanta vontade
Me deu um céu tão bonito
Um anjo prá meu espírito
Essa hora foi bendita
Assim diz o vovô
Não vá esquecer de mim
Que inocente que sou

Porém na maternidade
Um hora de valor
Enquanto mamãe chorava
Sentindo aquela dor
Muita gente pelo dia
Rezando a ave-maria
Todos assim faziam
Comprovando a nossa fé
Foi assim que Deus falou
Na barquinha de Noé

Quando Cristo nasceu
Na manjedoura em Belém
Apareceu a estrela
Anunciando alguém
Eu também quando cheguei
O meu nome anunciei
A nova estrela beijei
Lhe digo com atenção
Foi nos braços da mamãe
Que senti esta emoção

O meu nome é GUSTAVO
Menino Deus de amor
Eu nasci da inteligência
Do frio e do calor
Nasci só e vou cantar
A minha sorte rimar
Prá doutor vou estudar
E falo de coração
Vou falando e vou crescer
Cantando minha canção

Na era atômica nasci
Os homens não têm paz
O pecado está crescendo
Saúde ninguém tem mais
Só peço a Deus socorro
Que papai nunca mais morra
Embora que o tempo corra
Deixando tudo no chão
Ficando eu e vovô
Nessa grande união

Sou bonito e sou dengoso
E tenho a quem puxar
Minha mãe carinhosa
Suave no seu falar
A sorte que Deus me deu
Da união saiu eu
O sol que sai já é meu
Não dou ele a ninguém
Vou dizendo a mãe Nira
Se lembre de mim também

Que noite bela eu nasci
No quarto da lua cheia
Na imensidão do oriente
Meu sangue corre na veia
De baixo de um céu bonito
Louvando a Deus meu espírito
Não foi apenas um grito
Que dava na escuridão
Sentindo o peso da vida
Cheguei e peço perdão

Na estrada de Damasco
Por onde Paulo passou
Porém em Jerusalém
Foi onde o Cristo falou
Eu também tão miudinho
Nasci aqui neste ninho
Embora tenha vizinho
Agradeço ao meu Senhor
Eu também sou seu irmão
Mais ele me batizou

Agora estou sabendo
Que o mundo não é nosso
Não nasci no dia doze
Mais o treze já é nosso
Vi muita gente por perto
Vi o meu tio ROBERTO
Já sei que sou muito esperto
Com seis meses vou falar
Só quero que vô me diga
Quantos vêm me visitar

Agora mesmo nasci
Com vontade de andar
Vou saudar a minha gente
E nas estrelas pegar
Vou passear lá em Marte
Nas nuvens passo com arte
Sá faço a minha parte
Porque sou muito pequeno
Mas vou seguindo viagem
Para almoçar lá em Venus

Eu vou lá e volto logo
Porém não posso parar
Vou seguir minha viagem
Papai vai incentivar
Vou pensando e vou dizendo
No livro grande vou lendo
Muita gente está me vendo
Como foi que viajei
Saí tarde e cheguei cedo
Mas no Recife parei

Minha mãe não é Maria
Nem meu pai é José
Mas nasci este Natal
Por causa da justa fé
Foi o mês que Deus deixou
Para o homem ter amor
Vou ficar com mais valor
Digo assim a toda gente
Nascer em setenta e sete
Tem que ser muito decente

SIBELLE

GUSTAVO nasceu terça-feira
Na quarta SIBELLE chegou
Era dia treze e quatorze
Depois que o galo cantou
Tudo aconteceu de manhã
Os dois com roupa de lã
Pouca coisa eu me lembro
Apenas sei que nasceram
No santo mês de Dezembro

Na hora em que nasceram
Estava tudo em paz
Tia LENICE chorando
SIDOCA não ficou atrás
Vovó LENIRA contente
ROGINHO muito valente
Mais vovô no seu repente
Não tem medo de ninguém
Saiu de casa ligeiro
Prá os ver também

GUSTAVO chegou dia treze
Muita gente esperava
SIBELLE foi dia quatorze
A vaga dela tava guardada
Encontrei cheiro de flores
Abracei os meus amores
Porém não quero favores
Somos filhos de doutor
A roupa de GUSTAVO amarela
A de SIBELLE tricolor

Quando SIBELLE chegou
Me chamou logo atenção
Foi dormir no meu quarto
E pegou na minha mão
Pela sua inocência
Tive que ter paciência
Mais TADEU me deu licença
NENA não olhou
Eu dei um beijinho nela
Como deu o beija-flor

LENILZA sempre a primeira
Comigo ela encostou
NENA foi a segunda
Com SIBELLE melhorou
DECINHA chegou também
Começou um vai e vem
Foi ficar um pouco além
Ninguém sabe o que vai dá
Tudo foi na lua nova
Já perto de clarear

Andaram andaram de avião
Porém chegaram sem sentir
Foi no bico da cegonha
Que chegaram até aqui
Não posso ficar calado
Todos ouvem o meu brado
Quase todos ao meu lado
Neste Natal de Luz
Vamos todos festejar
A festa do bom Jesus.

domingo, 19 de setembro de 2010

A Flor e o Amor




Dia 15 foi o casamento de meu neto Daniel e dou minha benção, via blog pois já dei pessoalmente, a ele e a sua esposa Flávia. E ai vai do fundo do baú estes versos que fiz sobre Flor e Amor .

A FLOR

A flor que tanto cheirava
Ainda tem seu esplendor
Só cheira com grande amor
Na esplanada no mundo
O cheiro da flor é profundo
Tenho uma flor prá lhe dá
Não precisa chorar
Uma flor nunca é perdida
É como contar a vida
E fazer o povo acordar

O QUE VALE É AMAR

Na vida tudo passa
Carregue seu amor nos braços
Passe por toda rua
Ela vestida ou nua
Deixe todos procurar
Não se deixe acuar
Não pense em piorar
E tudo só vai melhorar
O que vale é amar

sábado, 18 de setembro de 2010

Da Velhice


A velhice traz muitas limitações e por vezes nos entristece bastante. A cabeça continua a mesma mas o corpo não acompanha. Porém quem faz versos tá sempre acompanhado, às vezes os versos saem tristes e outras vezes a tristeza é satirizada e todos acham graça. Viver sempre é bom mesmo que seja prá conhecer de perto a velhice.


DA VELHICE

Como estou preocupado
Quantas lágrimas derramei
Quantas vezes pensei na vida
Quantas vidas eu criei
Nunca porém me lamentei
Deixei tudo passar
Estou somente a pensar
Na Minha Nobre velhice
Estou pensando só nisso
Deixando a vida voar

Estou vendo injustiça
Criada pelos fora da Lei
Vou pensando outra vez
Deixar tudo como eu quero
Já não faço mais bolero
Vou deixar de outro jeito
Já não me acho perfeito
Trago os filhos dentro do peito
Pois deles eu sou o eleito

Nas coisas boas
Eu quero pensar
De você quero lembrar
Mas quando a memória falhar
Se isto mesmo acontecer
Não esqueça do PêPê
Que procurou merecer
Lembrar sempre de você


ENVELHECER

Para as mulheres to quase cego
Para os homens to cego de verdade
Me sinto um pouco jogado
As pernas não tem mais força
Os ouvidos com pouca ouça
O corpo mais enfadado
Só tenho minha amada
Que me olha de madrugada
Que toma conta de mim
Na minha incapacidade sem fim

Não posso forrar a cama
Acender o candeeiro
Nem trocar o travesseiro
Tão pouco dormir no chão
Não tenho mais preocupação
De tudo que sei fazer
Me sobrou um livro prá ler
Vou prestar toda atenção
Prá não tremer a mão

Se um dia eu descobrir
E do caminho esquecer
Não saio daqui sem querer
Não devo reclamar da sorte
Não ando na Avenida Norte
Para o povo não me ver
Meu caminho é apertado
Só você ao meu lado
E ninguém prá me reconhecer

Vou acender o farol
Farol do meu pensamento
Vou deixar tudo bonito
Ninguém escuta meu grito
Não adianta falar
Todos podem duvidar
A vida num compasso indireto
O velho é um homem incompleto
Não deixa ninguém feliz

Não posso apagar a luz
Não quero ficar no escuro
Com a vida eu passo e juro
Com a idade não sou mais jovem
Só quero que o mundo prove
Se da vida não subi a ladeira
As vezes devagar prá não cansar
Mas sempre a procurar
A felicidade derradeira


ENVELHECER II

Já não enxergo mais bem
Já não vejo como ninguém
Só falta pedir socorro
Mas mesmo assim não morro
Os óculos não têm mais grau
Como fiquei tão mau
O que vem na mente é metade
A vontade se cala
Mas o verso dispara

Não posso nem caminhar
Minha situação é de risco
A vida levo como um capricho
Não faço mais o que quero
Só chego até a porta
Quando alguém vai me levando
Porém vou suportando
Não posso ser tão feliz
Se a idade me diz
Que o homem que tanto fez
Precisava nascer outra vez

Não sei se morrendo vivo
Não sei se vivendo morro
Estou para pedir socorro
O amor vem se quiser
É como toda maré
Tanto faz de noite ou de dia
Só rogo a Virgem Maria
Não faltar nenhum compromisso
Sei que não estou no início
Da vida que Deus me deu

O VELHO E A MULHER MOÇA

O velho com mulher moça
Só vai passar decepção
A moça chama na grande
O velho diz que não
A moça diz: amor vai terminar
O velho só faz chorar
As lágrimas vem ao chão
E o velho: não sou mais aquele
A moça: mas quero ele
Falando sem ter paixão

O velho se aborreceu
Ficou um pouco zangado
Mandou a moça ir embora
Falando meio embolado
O caminho tá todo errado
A moça diz: não é de nada
O pobre velho chorou
A moça: vou lhe chamar de avô
O velho decepcionou
E nas lembranças terminou

O velho e a moça a brigar
O povo só faz olhar
E com toda desgraceira
O velho ficou só na beira
O velho a ninguém deixa ver
A vergonha da moça não querer
E só faz o que ela quer
Prá não lhe chamarem Mané
E o velho só na raiva
Lembrando os tempos passados
Que era o rei dos tablados

O velho vive sem fala
A moça vive a sorrir
Querendo ser meretriz
O velho escanteado
Passa o dia chateado
O dia com seus tormentos
Da vida só os lamentos
O velho perdeu o brilho
O velho não é mais de nada
E ficou sem sua amada

domingo, 12 de setembro de 2010

Saudades


Hoje a saudade é uma coisa muito presente na minha vida. É verdadeiramente companheira. As lembranças de momentos vividos são muito mais frequentes e com elas vêm fatalmente a saudade.

SAUDADE DA MOCIDADE

Quando eu era pequeno
As coisas faltavam no lugarejo
Hoje tenho e não vejo
A vida que nós passamos
Hoje vou sozinho pensando
Vou passando como passo
A vida no passo a passo
Vendo tudo acontecer numa fenda
Não há nada no mundo que me ofenda
Como a falta da minha mocidade

Vou atrás lhe perguntando
O caminho é muito comprido
Levei toda minha vida
Trabalhando sem parar
Na folga escutava o sabiá
Amores de todos nós
Solitário feito aveloz
Bem perto da felicidade
Não há nada no mundo que me ofenda
Como a falta da minha mocidade

Eu atravessei o mundo
Fui até pro oriente
Vi gente muito valente
Me lembro como eu era
Olhava a morena mais bela
Não escondia o pensar
Minha vida a honrar
Não fazia atrocidade
Não há nada no mundo que me ofenda
Como a falta da minha mocidade

SAUDADES DE QUEM AMEI

Eu venho de outros mares
Nas ondas do pensamento
Na corrente dos novos ventos
Buscando da vida momentos
A você eu sempre louvo
Quem quiser pode falar
Eu era e sou singular
Só leio livro de oração
Se pudesse encontrar quem mais amei
Livraria da dor meu coração

Tenho cuidado com a vida
Trago todos em volta
Não esqueço de fechar a porta
Deixo você sempre guardada
E com toda bondade
Não deixo você sair
Não dou conselho vão
Se pudesse encontrar quem mais amei
Livraria da dor meu coração

Passo a vida sem ela
Levo a vida sozinho
Carrego o meu carinho
Só falo prá quem perguntar
Só sei que ela me amava
E no seu coração guardava
Sempre um grande perdão
Se pudesse encontrar quem mais amei
Livraria da dor meu coração

Vivi a vida de parcela
Já fui carreiro de boi
Já carreguei mandioca
Já fiz beiju e tapioca
Já mexi farinhada
Já tangi até boiada
Já imprensei massa na prensa
E foi tudo no sertão
Se pudesse encontrar quem mais amei
Livraria da dor meu coração

SAUDADES DO MENINO

Fui menino de engenho
Levava o gado a pastar
As ovelhas a pastorar
Os bodes a caminhar
As galinhas no seu ninho
Os porcos lá no chiqueiro
O galo lá no poleiro
As rosas no roseiral
Cada qual no seu lugar
Vocês tem que entender
Essa minha filosofia
Tudo passa amanhã outro dia
Não importa com qual ironia

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Do Recife







Vim morar no Recife após a 2ª Guerra. E fui adotado por esta cidade. Cidade linda que me acolheu como filho e como tal hoje eu agradeço. Podemos ver na segunda foto o prédio dos Correios onde trabalhei por 19 anos.
DO RECIFE

Foi aqui em Recife
A Veneza Recifense
Terra de boa gente
Encontrei a felicidade
Nesta grande cidade
Aqui encontrei meu bem
Aqui fui mais além
Aqui encontrei tudo azul
Cidade da América do Sul
Aqui meu primeiro filho nasceu
Prá se sentar como eu
No casarão que é seu
Na grande porta que abria
Da casinha com alegria
Prá receber o que é meu
Moro aqui satisfeito
Vivendo do meu jeito
Tracei meus planos
Nesta cidade pequena
Do Sertão para o Recife
Uma vida esperançosa
Vi moças plantando rosas
Nos jardins sempre mimosas
Os namorados na praça
Recife cantado em prosa
Nos carnavais da saudade
Desta cidade maravilhosa

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A Vila







Moro na Vila desde que me casei pela primeira vez. Aqui nasceram e foram criados os meus filhos. Boas lembranças. Grandes saudades. Esta arvore maior, ao fundo da primeira foto, fui eu que plantei.
DA VILA – Rua Soares Moreno

Rua Soares Moreno
Lugar de boa moradia
Boas lembranças me trás
Dos tempos que não voltam mais
Tempos de amor começando
Com as crianças brincando
Pé de Acácia querida
Embalando a nossa vida
Em flores banco lilás
Em morada que se planta amor
É como se fosse um avô
Não Guarda as lembranças em vão
As guarda no coração

Sou morador do meu lar
Nessa rua que eu adoro
No bairro onde moro
Todos vão me procurar
E se você não me encontrar
Deixe um recado que vou
Diga que é meu amor
Deixe um bilhete prá eu ler
Diga que quer me ver
E vou logo aparecer

Como a rua está deserta
Por ela não vou passar
Meu amor não vai mais morar
Nessa casa esquecida
Não olho prá ela na ida
Se não eu vou chorar
E sei vou lamentar
Aquela época passada
O pensamento vem de madrugada
E fica até o dia clarear

Como a rua está tão calma
Meu pensamento a vagar
Como eu estou sem linha
Vou procurar uma rainha
Prá coroar no lugar
Andar com amada juntinho
Vestindo roupa de linho
Ninguém vai desconfiar
Em silêncio o coração
Não vai parar de gritar

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Senzala




Certo dia comecei pensar na vida dos negros em suas Senzalas, saudosos de sua Terra, e o que lhes passava na cabeça. Então me veio este pensamento que transformei em versos. As imagens são de Jean-Victor Frond fotografo e pintor francês, o primeiro que documentou o Brasil através de fotografia(Fonte:Google).

SENZALA

Lá na úmida senzala
Sentado na estreita sala
Junto ao braseiro no chão
Entoa o escravo seu canto
E ao cantar correm-lhe em pranto
Saudade do seu torrão

De um lado uma negra escrava
Os olhos no filho crava
Que tem no colo a embalar
E a meia voz lá responde
Ao canto e o filhinho responde
Talvez fingindo escutar

Minha terra é lá bem longe
Das bandas de onde o sol vem
Esta terra é mais bonita
Mas a outra é que quero bem
O sol lá tudo fogueia
Faz em brasa toda areia

Ninguém sabe como é belo
Aquelas terras tão grandes
Tão compridas como o mar
Com suas grandes palmeiras
Embelezando as areias
Queria eu lá estar

Lá todos vivem felizes
Dançam no terreiro livres
A boa gente lá não se vende
Como aqui só por dinheiro
O escravo cala a fala
Porque na úmida sala
Só ele está a pensar

A madrugada logo se instala
O fogo também se apaga
A escrava acaba seu canto
Prá não acordar em pranto
O filho que tá a sonhar

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Sete de Setembro




Por muitos anos desfilei no Desfile de Sete de Setembro aqui no Recife. Posto uma das fotos que tenho de um destes eventos. Era muito emocionante, gratificante o que me deixava bastante orgulhoso. Era o bom da Guerra: Desfilar como “Veterano de Guerra” no Sete de Setembro. Hoje com 89 anos de idade fico impossibilitado fisicamente de desfilar mas aproveito este dia para postar fotos e alguns versinhos sobre meu tempo na Guerra.

DA GUERRA

Sou um herói de primeira
Briguei na guerra do mundo
Levei chicote na bunda
Assim mesmo eu brigava
Tinha dias que eu chorava
De ver o mundo sofrendo
Já estou quase querendo
Voltar para os meus
Pois na terra dos europeus
Só lembro você e eu
Na luta que não tem fim

Sou pessoa patriota
A vida só passa assim
Já estou quase no fim
No meio não vou parar
Na ladeira vou caminhar
Na estrada vou passando
No caminho vou sempre andando
Ninguém tem pena de mim
Não vejo nenhum jardim
Mas vou até o fim
Na luta que me meti


FOI ASSIM – A GUERRA

Cada soldado uma jóia
Que partia para o from
Se despedia dos outros
Partia sem ouvir o tom
O caminhão que levava
Partia de madrugada
Todos sem ver nada
Em total escuridão
Era o começo da guerra
Nas estrelas e no chão

A guerra acabou-se
Com seis anos foi embora
Brasileiros não corriam perigo agora
Saíram correndo eu vi
No bojo a sua história
Todos cobertos de glórias
Toda campanha fizemos
A guerra por fim deixaremos
E ao Brasil partiremos

Da guerra eu posso falar
Fui prá dentro sozinho
Eu e o soldado Joãozinho
Acabou-se o carinho
Que a gente carregava
Bradava a chuva na Itália
Corriam o sangue nas veias
Eu enfim imaginava
E muitas vezes chorava
A terra que aqui deixei

Parti prá guerra de madrugada
Deixei minha mãe sozinha
Nada trouxe nada tinha
Somente a roupa do exercito
Na guerra não há conversa
Tudo corre tudo é pressa
É só com gente ao lado
Deitado no chão molhado
Esperando o dia amanhecer

DO BRASIL

Você está no Brasil
Terra boa e amada
Tem que ser educada
Tem que viver do trabalho
Não viva de quebra galho
Que a vida não é assim
Não viva pensando em mim
Que eu não vou lhe ajudar
Você pode me julgar
Mas eu vou lhe perdoar

Para Júlia




Júlia é minha bisneta filha de minha Dan. Danyelle me deu logo três bisnetos mas ainda tem vaga prá mais, Júnior que o diga. O Felipe foi o primeiro, depois veio o Pedro(Pêpê) e por último a Júlia. São três amores.


Escrevi quando entreguei os versos: "Júlia que Deus te ilumine e te faça muito Feliz. Caminhe sempre no caminho do bem e lembre-se sempre que você tem um bisavô que te ama muito e que estará sempre por perto."


Para JÚLIA MARIA


JÚLIA MARIA eu te amo

És nobre de coração

És a flor da nossa casa

Seu nome já tem certidão

Há dezoito dias nasceste

Nesta terra pitoresca

Que canta no meu coração

Prá mim se aproxima o fim

Mas dentro do meu coração

Uma alegria sem fim



JÚLIA rima com PEDRO

Com FELIPE se transforma em canção

A rua está Feliz

Seu nome todo povo diz

São cinco letras que vão

Uma flor murcha e cai

Para se perder na poeira

No coração de criança

As coisas passam ligeiras




No mundo de fantasia

Estava faltando alegria

E Júlia foi a primeira

No ano que nós estamos

Já perto da primavera

Ouvimos uma criança

O choro era o dela

É nova porém eu digo

Já não me sai do ouvido

O falar desta donzela




No ano de dois mil e um

Dia vinte e três de julho

Chegava como princesa

FELIPE desconfiado

PÊPÊ ficava zangado

Só nunca foi malcriado

Esperando a JUJU


Eu nasci na lua meia

Veja que coisa engraçada

Meu pai se chama Júnior

Minha mãe é muito amada

Um descuido que ele deu

Terminou nascendo eu

Que sou muito delicada

Para Caio







Caio é filho de Juliana, minha Jú, que com muito amor me deu mais um bisneto. E transcrevo agora os versinhos que fiz por ocasião de seu nascimento.

PARA CAIO

Dia vinte e nove
Uma e quarenta e cinco
Do mês de novembro
O dia que minha amada
Trouxe a luz um filho prá proteger
Veio o seu bem querer
No ano dois mil e quatro
CAIO foi para o seu quarto
Chorando prá mãe lhe aquecer
Dizendo logo eu sou é homem
Todos podem vir me ver

CAIO foi escolhido
Do jeito que sua mãe quis
Veio prá ser feliz
Quando o inverno vier
Quando o tempo esfriar
Vamos todos se esquentar
Nesse amor que bem fará
Se SÂNZIO virar refém
Desse amor singular
A alegria vai continuar
Não vai sofrer mais ninguém

CAIO no mundo caiu
Quando uma estrela se abriu
Em toda sua imensidão
Todos se deram a mão
Aguardaram a boa hora
Nesta vida provisória
Toda feita prá receber
Todos ficaram a saber
Que é novo na família
A lua é quem mais brilha
Clareando só prá você

Há se você soubesse
Como você é lindo
CAIO prá mim você foi bem vindo
No novembro passageiro
Sei que você é herdeiro
Herdeiro de mais amor
Você pode ser doutor
Não me engano é verdade
Tendo seus pais ao seu lado
A vida tem outro valor

CAIO meu amigo prá sempre
Não faça de outra maneira
Não é preciso carreira
Ande sempre devagar
Espere que vou chegar
CAIO com toda razão
Se você tiver visão
Nessa vida vai andar
Nunca há de vacilar
Se viver com mansidão

CAIO do outro mundo
Que vieste prá nos visitar
Como criança o amor plantar
Quando o luar aparecer
Você na escola vai ler
Na rua com muita visão
No colégio todos vão
Esperar só por você
Só não pode esquecer
Do vovó sempre bonzão

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Caras como Eu




Gosto de contar casos que se passaram comigo, gosto de falar de mim, da minha vida, dos meus filhos, dos meus amigos e dos meus amores e quando começo os meus filhos ficam logo por perto e começam a fazer perguntas, ai eu me solto e lá se vai conversa.... São filhos, netos e bisnetos todos querem saber minhas histórias. Agora estou tendo a oportunidade de passar essas histórias para o Blog e muita gente tem gostado bastante. Já tô convencido que: “....Caras como eu estão ficando Raros....” (trecho da música de Tony Bellotto).


No Sertão do Ipanema
Nasceu um homem famoso
Bonito e caprichoso
Delicado sem maldade
Nunca falava zangado
Tudo era brincadeira
Sua noiva era faceira
Dona do novo lar
E a quem você perguntar
Todos vão lhe afirmar

PACÍFICO
Eu me chamo de Pacífico
Me livro de toda trama
Sempre me acho bacana
Vivo sempre correndo
Levo um livro estudando
Não fico nunca perdido
Prá lei eu dou ouvido
E não favoreço bandido

Do mar gosto de pescaria
Do povo só o diferente
Gosto da boa gente
Das moças admiro o sonhar
Na vida vou atrapalhando
Mas sempre vou levando
Não quero ser enxerido
Prá lei eu dou ouvido
E não favoreço bandido

Sou muito amoroso
Converso o que me convém
Se te chamar vou também
A vida vou sustentando
No leme sempre remando
Não sou muito enxerido
Não trago ninguém iludido
Prá lei eu dou ouvido
E não favoreço bandido

Na praia sou diferente
Gosto é do sol quente
Dispenso só a aguardente
Fico só olhando a mulher
Quero só se ela quiser
Não tolero situação violenta
Isso é coisa ultrapassada
Prá lei eu dou ouvido
E não favoreço bandido

Na Itália fui brigar
Levei todo carrancismo
Vivo de improviso
Nada eu deixo prá lá
Não sou ruim nem desordeiro
Só ando muito ligeiro
Não lembro nem de comer
Mas não esqueço você

DAS LAVAS A POESIA

Eu morei lá no sertão
De Santana do Ipanema
A vida era um dilema
Naquela época passada
O matuto era jogado
No sertão ignorado
Só Deus olhava por ele
Tudo arrepiava
Era dura a vida que levava

Não nego a minha origem
Não sinto raiva de ninguém
Nasci prá querer bem
Faço versos eu retrato
As idéias andam a jato
Como se fosse avião
João Pacífico é meu irmão
José,Jonas, Toinho e Sebastião
Ao todo cinco que são
Nunca me desmentirão
Que não faço a magoa refém
Pois nasci prá querer bem

Repentista é um vulcão
Das lavas faz poesia
Quando falo e só de alegria
E meu coração se desmancha
Tanta felicidade ninguém alcança
A vitória que o poeta traz
E a vida lhe dando mais
Esquece a vida na cruz
O candeeiro sem luz
So lembra o bom que a vida produz

MENINO HOMEM

Menino pobre do mato
Nascido no chão rural
Nunca perdi a moral
Nunca pedi a ninguém
De Alagoas sou também
Eu sempre andava só
Era como o poeta dizia:
Minha maleta era um saco
Meu cadeado era um nó

Fui brabo hoje sou manso
Amansei garrote brabo
Dormia em rede rasgada
Fumava cigarro de palha
Arrancava a barba sem navalha
Bebia água na cabaça
Pegava rolinha no laço
Não era criado com vó
Era como o poeta dizia:
Minha maleta era um saco
Meu cadeado era um nó

Minha vida desandava
Meu xodó ia embora
Nunca respeitava a hora
Sempre via o dia nascer
A noite era um prazer
A tarefa estava feita
E eu na frente sem dó
Era como o poeta dizia:
Minha maleta era um saco
Meu cadeado era um nó

Lampião carrasco da cidade
E eu tinha pouca idade
Já dormia assombrado
O medo era demais
E eu já era rapaz
Fugia para o serrado
Meu Pai mais equilibrado
Desatava este nopró
Era como o poeta dizia:
Minha maleta era um saco
Meu cadeado era um nó

SOU MAS ME LEVE NO CORAÇÃO

Sou carrasco do sertão
Moro em qualquer lugar
Não sou gente popular
Só se der a sua mão
Levo a vida no serão
Peço prá você me dá
Sem você pestanejar
Me leve no coração
Sem nenhuma perturbação
Na várzea sou plantação
No mundo eu sei viver
Está tudo no meu querer
Na capital sou valente
Dou pisa em muita gente
Amarro todos no tronco
Durmo mas eu ronco
Nem que a vida dê um nó
De você não tenho dó

MEU PENSAR

Quando eu pensava na vida
Não deixava ninguém falar
O mais que fazia era pensar
Esperava a porca roncar
Fazer só o que eu mandar
Esperar o meio dia
Conforme o povo queria
A minha roupa apertava
E se a alguém perturbava
Eu chorava e corrigia

PREPAREI E VI

Preparei uma nuvem e fiz chover
Preparei a estrada para andar
Preparei o roçado prá trabalhar
Tudo que preparei deu certo
Eu andei pelo deserto
Vi tudo que o mundo tinha
Andava sempre na linha
Ensinava a todo mundo
Meu ensino era profundo
Meu amor era sagrado

Vi no mundo outra feição
Vi o que ele tinha prá dá
Vi um povo singular
Não sei como aconteceu
Mas nada eu via de baixo
Andava no mesmo passo
Não vendo só a água que corre
Mas aonde ela começou

sábado, 28 de agosto de 2010

De Lampião







Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião nascido em 1898 em Serra Talhada-PE era também conhecido como “Rei do Cangaço”. Tem como uma das inúmeras justificativas para o seu nome, “Lampião”, por ele ter modificado um fuzil, possibilitando-o a atirar mais rápido, sendo que sua luz lhe dava a aparência de um lampião. Muitas lendas se formaram em torno de seu nome mas até hoje ninguém sabe ao certo o que ele representava se um justiceiro ou um bandido. O que posso contar é que por muitas noites eu e meus irmãos dormíamos no meio do mato, escondidos, com medo de Lampião. E das muitas histórias que se espalharam, não vivenciei nenhuma, só conheci o medo que atormentava todo o Sertão.
LAMPIÃO

O carrasco universal
Foi capanga bonzão
Correu todo sertão
Amansou cavalo doido
Andou em cima do lodo
Atravessou lagoas cheias
O sangue correndo nas veias
Atendeu os que viviam a procurar
Não deixando ninguém falar

O cangaceiro Lampião
Deixou muitos sem lhe conhecer
Levou má fama sem querer
Dizia: vou fazer o que quiser
Andando na marcha ré
Procurava vida sadia
Não cantava durante o dia
A noite sem fazer nada
Entrava na madrugada
Esperando o dia nascer

ADMIRAÇÃO E MEDO

O Menino admirou-se
Quando olhou prá ele
Pegou o casaco dele
E foi logo estranhando
Chamou seu pai em um canto
Disse a ele o acontecido
Todos dançavam o baião
E quem era que não corria
Com medo de Lampião

Pareço com Lampião
Em sua determinação
Mas sou chefe da poesia
Carrego o chapéu na mão
Sou o bonzão do Sertão
Me glorio com tudo isso
Moro em qualquer cortiço
Não lamento situação
Na curiosidade um furão
Não deixo você sem alegria
Mas quem era que não corria
Com medo de Lampião

Ele era um traiçoeiro
Vivia sempre escondido
Todo tempo iludido
No meio da cabroeira
Cantava Mulher Rendeira
Nos matos era campeão
Tomou conta do Sertão
E tomou decisão
Mas quem era que não corria
Com medo de Lampião

Eu também já fui guerreiro
Deixei muita gente chorando
Muitos deles lamentando
Mas a mim sempre amando
Mas nada na vida fica prá traz
Peço a Deus muita Paz
Não fico na mordomia
A mãe de Deus é minha guia
Mas quem era que não corria
Com medo de Lampião
SILÊNCIO NO CANGAÇO

O Sertão virou mata
A mata virou Sertão
O homem virou barão
Tudo ficou transformado
Deixou roupa engomada
Levou o resto e foi embora
Prá ele chegou a hora
Estava tudo resolvido
Não seria mais ouvido
Esperava o romper da aurora

Morreu o último cangaceiro de Lampião
Com 94 de idade
Em Minas fez sua morada
Sempre se saiu bem
Vivia sempre calado
Escondeu-se no serrado
Pois era muito abusado
Deixou o duvidoso pelo certo
Foi ver a última morada de perto

Se bandido ou justiceiro
Partiu o derradeiro
Deu o adeus ao sertão
Formou o grupo de Lampião
Por este sertão arisco
Do Sergipe margeou o São Francisco
E saindo de Minas Gerais
Viveu no Sertão sem Paz
Só Deus sabia e ninguém mais

Foi dura a vida do cangaço
Disse ele antes de morrer
Falou prá todos saber
Contou a história que quis
Disse ser bem feliz
Criou os filhos sem mania
Foi a grande ironia
Ficando todos conformados
Morreu sem deixar cuidados

Para Minha Esposa Querida




A Minha esposa é "Pedra de Lei"(ditado popular que diz como importante é a pessoa, equiparada à pedra da Lei de Moisés -Dez Mandamentos). Ela veio preencher os vazios da minha vida. Companheira, leal, sempre presente nos momentos mais difíceis da minha vida. E lá se vai mais uns versinhos como expressão de meus sentimentos.

PARA MINHA ESPOSA QUERIDA

Dedico a essa mulher
Ana Pacífico de Albuquerque
Que é pessoa que não esquece
De sempre fazer o bem
Sempre me traz pela mão
Nada que faz é em vão
Nunca fala um talvez
É pessoa que prá mim tem vez
Tem o passo firme
Não fica nunca atrás
Sempre procura o bem
Dar aos que não tem
Seguindo o que Deus mandar


A mulher que tenho guardada
Vale ouro refinado
Faz todo o meu agrado
Faz tudo prá me seguir
O amor dela tá aqui
Guardado no meu querer
Faço tudo prá a ela merecer
Amo a ela e mais ninguém
Só falta eu chamar ela de bem
Costume que não aprendi

domingo, 22 de agosto de 2010

A Seca no Sertão




Passei por todos os piores rigores da seca. O matuto vivia isolado, esquecido não tinha governo prá ajudar. Ele era só e lutava para educar e alimentar sua família. Muitas crianças morriam por falta d'água e alimentos. Nesta época não se contavam os mortos pela fome e pela seca, era cada um por si, não havia o que se fazer ou prometer só os fortes sobreviviam. A Religiosidade era o que nos mantinha vivos, orávamos para que Deus, a Virgem Maria e o glorioso São José nos ajudasse a sobreviver e eles ouviram nossas preces.

SERTÃO

No Sertão vou lhe contar
Há terra seca por lá
Os homens vão orar
Pedindo a Deus paciência lhe dar
E esperando a chuva cair
A esperança o faz consolar
Enquanto o povo a pensar
Aos filhos o que vai falar

O sertanense tem consciência
A seca a matar gente
Até os que tão no ventre
Espera na madrugada a fama
E deita fora da cama
Que é quando pode sonhar
É quando o matuto foge
De tudo que lhe envolve
De tudo que o faz amar


VAQUEIRO CAMPEÃO

No sertão do Ipanema
Tem vaqueiros prá todo gosto
Cavalo que corre coxo
Na aventura do dia
No mato correndo cria
Vaqueiro levanta a questão
Com a idéia na mão
Não muda de opinião
Faça tudo que fiz se quiser ser
Cantador respeitado e campeão

Vaqueiro criador do lar
Não deixe nada cair
Levante-se para seguir
Perdido na escuridão
Tocando seu violão
Na noite com todos lá
Manso no seu falar
Cantando sua canção
Faça tudo que fiz se quiser ser
Cantador respeitado e campeão

Do Nordeste brasileiro
Seja forte e destemido
Só ande bem vestido
Com roupa de azulão
Lave ela com sabão
Deixe quem quiser falar
Seja do tipo popular
E rico de mansidão
Faça tudo que fiz se quiser ser
Cantador respeitado e campeão

Nascendo no pé da serra
Nasça sem medo de errar
Cuidado ao caminhar
Procure sempre alegria
Não viva só de orgia
Criança com bola de pano
Abane o fogo com o abano
Viva com o coração
Faça tudo que fiz se quiser ser
Cantador respeitado e campeão

sábado, 21 de agosto de 2010

Para Danyelle e Flavinho








Danyelle foi minha primeira neta e com muita alegria todos nós a esperávamos. Porém, meu querido sobrinho Romildo juntamente com sua Salete trouxeram ao mundo o Flavinho e a alegria foi duplicada. E como de outra forma não poderia ser os versinhos para Dan foram também para o Flavinho. Demorei a postar pois estava muito bem guardado(1976) e deu trabalho para achar. Se Romildo tiver foto minha com o Flavinho mande para o e-mail de Lenice, pois quero colocar no Blog.
Pernambuco e Alagoas em festa

DAN

Da nossa Mãe sempre virgem
Nasceu o menino Deus
Foi do ventre de Maria
Que Jesus veio e morreu
Padeceu muito na Terra
Violência briga e guerra
Mas o menino venceu

Assim também DANYELLE
Com toda sua inocência
Chegou aqui neste mundo
E vai fazer penitência
Seu coração de ternura
Sua face de aventura
No calor do Recifense

De mim nasceu a LENICE
De LENICE ela nasceu
DANYELLE é um anjinho
E Jesus foi quem nos deu
É terceira geração
Está no meu coração
Quem tá dizendo sou eu

LENICE é muito querida
O SIDOCA é o bonzão
LENICE é carinhosa
E SIDOCA é bom irmão
LENICE no seu Direito
SIDOCA muito perfeito
Na sua casa é barão

Foi no dia 27
Uma e meia da madrugada
O galo estava cantando
Anunciando a chegada
O pavão também cantou
DANYELLE se acordou
Do ventre da sua amada

Urrava o boi de alegria
Berrava o bode também
O canário trilitava
O pombo dizia amém
A borboleta voava
Trazia nas suas asas
A notícia de alguém

Nascia naquela hora
E a cegonha voava
Trazendo no seu biquinho
A mensagem e a palavra
Me leve com bom carinho
Se não eu digo a vôzinho
E todo mundo saudava

No vinte sete de março
O Brasil quase parou
Pernambuco bateu palmas
Sergipe desafiou
Paraíba devagar
Os outros Estados de lá
Demorou mais prá já chegar

Uma netinha querida
Uma rosa em botão
Um perfume abrasador
Um cravo na minha mão
Uma mãe com uma dor
Um coração de amor
Chorando sem ter razão

DANYELLE foi chegando
E todo povo cantava
As luzes se acenderam
E as trombetas tocavam
LENICE ficou contente
E a vózinha valente
No coração lhe amava

Quando ela foi chegando
O perfume se espalhou
E ela foi perguntando
Onde anda o meu vovô
Estou com saudade dele
A vovó anda com ele
Valei-me nosso senhor

Vi DANYELLE chegando
Vi todo povo cantar
Vi o pássaro Bem-ti-vi
Vi cantar o sabiá
Vi também o curió
Vi avestruz ficar só
Com vontade de falar

Vi a lua ficar clara
Vi o dia amanhecer
Vi DANYELLE sorrindo
Com vontade de me ver
Vi o pai muito contente
O vovô no seu repente
Querendo lhe convencer

No outro dia cedinho
Ninguém podia andar
O hospital ficou cheio
De gente para olhar
A cidade toda contente
O Prefeito e muita gente
Sem ter vaga para entrar

Eu vi o governador
Reclamar o dia inteiro
Trepado em uma sacada
Para sentir só o cheiro
Quarenta e cinco soldados
Perguntando com cuidado
Se o comandante já veio

Eu vi o fogo-apagou
Chorando prá se acabar
Vi também o nambu pé
Com vontade de olhar
Vi o guiné voando
O papagaio falando
Um beijinho quero dá

A roseira abriu rosas
E a açucena brotou
A berinjela deu semente
E o orvalho secou
Vi o sol ficar mais frio
Vi as nuvens com mais brilho
E o povo não parou

FLAVINHO

Raramente isto acontece
E muita gente perdeu
O primeiro em Maceió
Foi o FLAVINHO que nasceu
Vi o mar se acalmar
Via as estelas dourar
E todo povo correu

O segundo foi aqui
No meu Recife querido
O recifense parou
E todos já convencidos
Vamos ver a estrela Dalva
E muita gente falava
De todo acontecido

Agora pode juntar
A DANYELLE e o FLAVINHO
Pernambuco e Alagoas
Os quatro em um só ninho
Embora os dois se criando
Vi tantas flores voando
E só peguei um cravinho

Vi o FLAVINHO crescendo
Vi DANYELLE nascer
Vi Pernambuco bonito
Vi Alagoas viver
Vi os pais com muito amor
Eu também como avô
No repente vou crescer

DANYELLE está pedindo
Que FLAVINHO venha cá
Dê um pulo em Recife
E venha logo me olhar
Eu sou bonita e cheirosa
Tenho o perfume da rosa
Só vozinho pode cheirar

Alagoas é toda minha
Ninguém mais pode mandar
Toda ordem que eu dou
Vai até o Ceará
Sou o FLAVINHO querido
E ando sempre vestido
Com a farda e o cajado

DANYELLE diz assim
Já sei que és o barão
Alagoano de fibra
E serás sempre o varão
Porém sou de Pernambuco
Sou linda e sou bacana



E mando em todo Japão

Amigo Alberídes




Alberídes é meu amigo de longas datas. E para que nossa amizade se estreitasse mais ainda a sua esposa Maria é irmã da minha Ana.

AMIGO ALBERÍDES –

Meu pobre coração
Não é rico como o dele
Fomos no mesmo trem
Na janela não vi ninguém
Já estava eu na guerra
Só vi Alberides na terra
Foi depois que aqui cheguei
Se eu prestasse atenção
Teria visto o amigo
E com muita alegria
Quem sabe encontraria
O amigo e irmão
Lá na guerra sem perdão
E quem sabe no meio do sofrimento
Com nossos papos sem muito argumento
Encontraríamos um alento
Para o nosso coração

VERSOS SOBRE A MORTE DE LENIRA - 1986


Perdi minha 1ª esposa, mãe de meus filhos, de uma maneira inesperada, ela tinha 56 anos e eu a pouco tempo me havia aposentado e diminuído minha vida frenética de muito trabalho. Começavamos a ter uma vida melhor. Foi um golpe muito forte e pensei que não conseguiria suportar, perdi 12 kilos e foi difícil sair da tristeza profunda que se abateu sobre mim. Foi nesta época que pude contar com meus filhos,meus parentes e amigos que me ajudaram a continuar a ver a vida de frente e a ser feliz com o que Deus havia me reservado. Estes versos narram como eu me senti, o que aconteceu e cita algumas pessoas que estiveram ao meu lado nesta ocasião.

VERSOS SOBRE A MORTE DE LENIRA - 1986

No dia oito de Julho
As cinco horas que eram
Vi chorar meu coração
Pensando naquela bela
Foi embora meu amor
Eu fiquei com tanta dor
Pensando no nome dela

Realmente as três e trinta
Da tarde aconteceu
Fui avisado e corri
Mau o tempo não me deu
Dez minutos de perigo
Queria falar comigo
Na hora que faleceu

Hoje estou sofrendo
Meu coração não parou
Quando fui chegando em casa
Minha filha me agarrou
Não acreditei na parada
Para mim era piada
Porém Deus foi quem levou

As cinco cheguei em casa
Sem saber o acontecido
Chamei de longe Lenilza
Correndo falou comigo
Fui cercado de carinho
O meu compadre vizinho
Chorando causou perigo

Lenice foi quem me disse
Vá depressa ao hospital
Titia Nena está lá
Eu não sei como ela tá
Minha mãe já faleceu
Agarrou na mão de Deus
E nunca mais ela cai

Marcinho o meu amigo
Ligeiro me levou lá
Quando entrei pelo portão
Sylene veio me encontrar
Foi na porta da saída
Que ela perdeu a vida
Antes mesmo de chegar

Quando fui chegando lá
Sylene ficou assim
A coisa não era boa
Ficou ainda mais ruim
Nena com inteligência
Pediu a Deus paciência
E chorou perto de mim

As lágrimas que derramei
Na garganta deu um nó
Pensando de hoje em diante
Ia porém viver só
Era apenas a certeza
O choro da natureza
Molhou quase um lençol

Começou a minha luta
Andando de lá pra cá
Maria minha sobrinha
De Santana vai chegar
Vi Salete aparecendo
E Bernadete querendo
Apenas me consolar

Dei um pulo e vim em casa
Fazer a comparação
Foi quando encontrei chorando
A queridinha Assunção
Ela veio com Vanildo
Um homem manso e pacato
Daquele alto sertão

As meninas de Helena
Com seus jeitos singular
Vieram de Maceió
Apenas prá me ajudar
Aproveito e lhe digo
O meu irmão tão amigo
Também Deus levou prá guardar

Elas ainda com tanta dor
Pensando porém em mim
Viajaram com coragem
E não acharam tão ruim
Isso foi o que aconteceu
Para dar aquele adeus
Naquela tarde sem fim

A minha comadre Carminha
Que nunca se faz de vencida
Ela estava viajando
Para o lado da Paraíba
Quando soube veio chorando
Perdi a amiga querida

Lenira, Nira ou mãe Nira
Assim todos a chamavam
Quando falando nela
Os meus olhos lacrimejavam
Eu aguentando tudo
E um desgosto profundo
Quando o seu nome falava

A minha vida mudou
Não tem ninguém ao meu lado
Vocês todos já sabiam
Que fui louco apaixonado
Ela tinha uma mania
Fazer o que eu pedia
Tudo do meu agrado

Se nunca fui ciumento
Porque não tinha motivo
Uma santinha daquela
Só queria me ver sorrindo
Foi assim a nossa vida
Uma pessoa querida
Que todos podiam ver

Antônio de Bernadete
Toda barra segurou
Zarpando lá de Santana
A todos comunicou
Todos vieram ao meu encontro
Todos num só pranto
Quatrocentos quilometros não distanciou

João de Salete também
Me disse depois eu vou
Não se conformava coitado
Para mim logo telefonou
Isso foi antes das oito
Para me dá seu conforto
E assim me confortou

Toinho meu irmão
Disse a Maria que ia
Zé Pacífico meu amigo
Chorando lá da Bahia
Telefonou avisando
Com palavras me animando
Era tudo que eu queria

Agradeço a todos vocês
Não pago a gratidão
Todos vocês me são caros
Só sinto pela solidão
Perdi a minha querida
Desgastei a minha vida
E fiquei sem solução

Minha inesquecível esposa
Lhe procuro em toda parte
Embora esteja sabendo
Que foste lá para o alto
Vivo na ilusão
Mas peço prá Deus perdão
De não ter conformação

Meu amor vou lhe pedir
Porém não sei como digo
Você não deve tá longe
Mas não quer falar comigo
Onde estás não é ruim
Telefone ao menos prá mim
Procure o seu amigo

A todos agradeço
Não falo em nome vão
Aos parentes e amigos
Que Deus lhes dê a benção
É tudo que vou fazer
Porém não posso esquecer
Da minha esposa padrão

Se pudesse falar com ela
Nem que fosse no Japão
Pediria ao bom Jesus
Que ela me mandasse um cartão
E eu ia até lá
Para logo lhe abraçar
E beijar a sua mão

domingo, 15 de agosto de 2010

CASA QUE NASCI


Esta foto foi tirada em 1984 quando estive em Santana do Ipanema e fui visitar o lugar em que nasci. Foi muito triste ver a casa que abrigou e em que nasceram os filhos de Pedrinho das Lagoas, totalmente abandonada e parcialmente destruída. Mas ainda podia ouvir as vozes que fizeram deste lar uma Grande Família.
CASA QUE NASCI

Uma madrugada saudosa
Um dia não muito famoso
Falado por aquele povo
Um homem nasceu forçado
No meio daquele roçado
Nasceu um pouco esquecido
A lembrança é enriquecida
Ao rever a casa querida
Choro por vê-la abandonada

Lindo o povoado de lá
Mulheres rendeiras trabalhando
Os homens o rio atravessando
Os meninos a brincar
As meninas a estudar
Todos somente a pensar
A seca a atazanar
Deixando no solo o nada
Ao rever a casa querida
Choro por vê-la abandonada

Em 1942
Quando parti para longe
Alguns ficaram chorando
Eu triste a lamentar
De tudo que deixei lá
Foi o chamado do governo
Que me fez partir sem medo
Deixei mãe amargurada
Ao rever a casa querida
Choro por vê-la abandonada

Deixei tudo e segui
Levei a consciência tranqüila
Naquela porta ninguém a sorrir
Deixei quem não poderia ir
Revi onde ficava a porta
Agora toda ancorada
Ao rever a casa querida
Choro por vê-la abandonada

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Para Severiano Júnior






Júnior esposo da minha neta Danyelle juntos formaram uma família linda enriquecida com meus três bisnetos: Felipe, Pedro e Júlia. E lá se vão estes versinhos para Junior que também se tornou meu neto e é pessoa que trago no coração.

Saiu daqui voando
Andando Ligeiro e Feliz
Foi para ser Juiz
E é todo mundo quem diz
Vocês podem acreditar
Ele aproveitou o luar
Saiu sem fazer pantim
Foi logo prá Itapetim

Morou um tempo por lá
Mas veio prá Gravatá
E alguém logo diz
Vão todos saudar o Juiz
Que nasceu prá ser feliz
Junto de sua família
Todos na regalia
Vivendo com alegria






DA RELIGIOSIDADE


"Oh! Deus, que pela vossa Lei deste a família um fundamento inabalável, concedei-nos seguir o exemplo da Sagrada Família. Para que, praticando as virtudes domésticas e o amor para com todos alcancemos o prêmio eterno na alegria de vossa casa."
DA RELIGIOSIDADE

Oh! Deus todo poderoso
Cheio de bondade
Criador de tudo
Senhor do tempo e da história
Nós vos damos graça
Por mais este ano

Chora Coração chora
Na sombra que te esfria
Sou a árvore do passado
Sou a flor do meio dia
Esta direita que vai
A esquerda que me traz
Há Bíblia que nos dá mais
Uma esperança futura
Abram mais seus corações
Que esta fé lhe segura

Nossa vingança é malvada
Só Cristo não fez isso
Mas o mataram por capricho
A Lei que não amparava
Ele que sempre andava
Fazendo bem a humanidade
Deixou o Pecado ao lado
Disse que ia voltar
A data não quis marcar
E estamos a esperar

Quando acendo uma vela
Fica tudo mais claro
Faz tudo parecer dia
Rezo à Ave Maria
Prá não deixar como está
Levar tudo que não presta
Tornar a vida uma festa
Ave Maria em seresta

quarta-feira, 28 de julho de 2010

EU – PEDRO – VOU – SOU e SEI


Eu Pedro Pacífico VOU onde todos estiverem, afinal SOU o Pedro, e SEI que prá muitos sou PÊPÊ.


VOU

Vou ficar no hora e veja
Vou levar o meu jibão
Carregar meu matulão
Enquanto a chuva não chegar
Se eu não tiver tanto medo
Do jeito que eu vou falar
Você vai me ajudar
Só se você não quiser
O mundo todo de pé
Prá ouvir o meu cantar

SOU

Sou melhor do que tu
Na cantoria eu lhe mato
Deixo você um farrapo
Com a trouxa toda fora
Prá mim vai ser uma glória
Você está no fracasso
Vou lhe sacodir este laço
Você pegue se quiser

Sou poeta desejado
Sempre andei sozinho
Morava lá no caminho
Lá perto eu sempre via
Os passarinhos que iam
Os macacos que assoviam
Outros com o mesmo drama
Era boa harmonia
Todos com alegria
Moravam no mesmo plano

Cada verso que faço
A noite fico pensando
O dia vai clareando
Deixando a madrugada fria
A tarde todos vigia
Enquanto o calor cresce
E outro dia amanhece
Com todos sempre feliz
A nossa memória quem diz

Sou um cara valente
Criado perto do morro
Da briga eu nunca corro
Não tenho medo de nada
Fui menino e fui amado
Na terra que fui nascido
Eu era muito querido
Do povo que me cercavam
Muitos deles me amavam
E ficaram tristes chorando

Fui cativo hoje liberto
Fui menino hoje sou homem
Hoje rico mas já passei fome
Fui pobre por natureza
Mas hoje tenho minha defesa
Posso bem viver em paz
Não ando com meus rivais
Mas posso lhe atrapalhar a vida
Só voto em Lula meu líder
No Brasil das maravilhas

Sou um homem pensador
Pensando não vou errar
Faço tudo prá não chorar
Se chorar é passageiro
O meu cavalo é meeiro
Faz tudo prá galopar
Vou ali e volto já
Na casa do fazendeiro
Vou levar meu candeeiro
Prá poder me clarear

Sou repentista sem defeito
Falo com Deus toda hora
Carrego comigo esta glória
Prá todo mundo escutar
Só vou prá lá se chamar
Eu posso até fazer
Escute o que vou lhe dizer
Não diga nada a ninguém
Amanhã dia que vem
Um segredo vou lhe contar


EU e o REPENTE

Essa viola dentro de mim
Prá onde vou levo ela
Enrolada na flanela
Prá meu repente fazer

Chorar prá todos vê
Sempre me dá meu viver
Mas com jeito vou levando
As vezes me perturbando
Na noite eu vou vivendo
Ao dia sobrevivendo
Mas o que eu posso fazer

Preparei uma nuvem prá chover
Deixando meu povo feliz
Perguntei a Deus se ele viu
O que fiz no meu passado
Só nunca fui rebelado

Não amo as coisas do mundo
As coisas que estão no fundo
São de mais valia prá mim
Fica mais fácil entender
Guardando todo bem querer
ACOSTUMADO

Fui acostumado a passar fome
E a viver com barriga cheia
Acostumado a ser pobre
Como viver na riqueza
Viver na violência e na Paz
Viver como matuto
E na grã - finagem civilizada
Com tudo fui me acostumando
E a vida fui levando
Sempre a dar risada

SEI QUEM VOCÊ É

Eu sei quem você é
A vida que você leva
Não vale a pena contar
Não deixa ninguém falar
Na rua dos desordeiros
Na casa só um candeeiro
Que só acende quando chega
Embora com tanto medo
Vou falar sozinho agora
Vou chegar não tenho hora
Prá você se amedrontar

COMO ESTAMOS

Janeiro de 2008
Estamos passando bem
Graças a Deus e o que nos convém
Falar sempre a verdade
Todos estão ao meu lado
Sei que não vou errar
Se eu posso perguntar
Se é que vou no caminho
Se chover vou na neblina
Esperando quem chegar