Eu Pedro Pacífico VOU onde todos estiverem, afinal SOU o Pedro, e SEI que prá muitos sou PÊPÊ.
VOU
Vou ficar no hora e veja
Vou levar o meu jibão
Carregar meu matulão
Enquanto a chuva não chegar
Se eu não tiver tanto medo
Do jeito que eu vou falar
Você vai me ajudar
Só se você não quiser
O mundo todo de pé
Prá ouvir o meu cantar
SOU
Sou melhor do que tu
Na cantoria eu lhe mato
Deixo você um farrapo
Com a trouxa toda fora
Prá mim vai ser uma glória
Você está no fracasso
Vou lhe sacodir este laço
Você pegue se quiser
Sou poeta desejado
Sempre andei sozinho
Morava lá no caminho
Lá perto eu sempre via
Os passarinhos que iam
Os macacos que assoviam
Outros com o mesmo drama
Era boa harmonia
Todos com alegria
Moravam no mesmo plano
Cada verso que faço
A noite fico pensando
O dia vai clareando
Deixando a madrugada fria
A tarde todos vigia
Enquanto o calor cresce
E outro dia amanhece
Com todos sempre feliz
A nossa memória quem diz
Sou um cara valente
Criado perto do morro
Da briga eu nunca corro
Não tenho medo de nada
Fui menino e fui amado
Na terra que fui nascido
Eu era muito querido
Do povo que me cercavam
Muitos deles me amavam
E ficaram tristes chorando
Fui cativo hoje liberto
Fui menino hoje sou homem
Hoje rico mas já passei fome
Fui pobre por natureza
Mas hoje tenho minha defesa
Posso bem viver em paz
Não ando com meus rivais
Mas posso lhe atrapalhar a vida
Só voto em Lula meu líder
No Brasil das maravilhas
Sou um homem pensador
Pensando não vou errar
Faço tudo prá não chorar
Se chorar é passageiro
O meu cavalo é meeiro
Faz tudo prá galopar
Vou ali e volto já
Na casa do fazendeiro
Vou levar meu candeeiro
Prá poder me clarear
Sou repentista sem defeito
Falo com Deus toda hora
Carrego comigo esta glória
Prá todo mundo escutar
Só vou prá lá se chamar
Eu posso até fazer
Escute o que vou lhe dizer
Não diga nada a ninguém
Amanhã dia que vem
Um segredo vou lhe contar
EU e o REPENTE
Essa viola dentro de mim
Prá onde vou levo ela
Enrolada na flanela
Prá meu repente fazer
Chorar prá todos vê
Sempre me dá meu viver
Mas com jeito vou levando
As vezes me perturbando
Na noite eu vou vivendo
Ao dia sobrevivendo
Mas o que eu posso fazer
Preparei uma nuvem prá chover
Deixando meu povo feliz
Perguntei a Deus se ele viu
O que fiz no meu passado
Só nunca fui rebelado
Não amo as coisas do mundo
As coisas que estão no fundo
São de mais valia prá mim
Fica mais fácil entender
Guardando todo bem querer
ACOSTUMADO
Fui acostumado a passar fome
E a viver com barriga cheia
Acostumado a ser pobre
Como viver na riqueza
Viver na violência e na Paz
Viver como matuto
E na grã - finagem civilizada
Com tudo fui me acostumando
E a vida fui levando
Sempre a dar risada
SEI QUEM VOCÊ É
Eu sei quem você é
A vida que você leva
Não vale a pena contar
Não deixa ninguém falar
Na rua dos desordeiros
Na casa só um candeeiro
Que só acende quando chega
Embora com tanto medo
Vou falar sozinho agora
Vou chegar não tenho hora
Prá você se amedrontar
COMO ESTAMOS
Janeiro de 2008
Estamos passando bem
Graças a Deus e o que nos convém
Falar sempre a verdade
Todos estão ao meu lado
Sei que não vou errar
Se eu posso perguntar
Se é que vou no caminho
Se chover vou na neblina
Esperando quem chegar