quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Senzala




Certo dia comecei pensar na vida dos negros em suas Senzalas, saudosos de sua Terra, e o que lhes passava na cabeça. Então me veio este pensamento que transformei em versos. As imagens são de Jean-Victor Frond fotografo e pintor francês, o primeiro que documentou o Brasil através de fotografia(Fonte:Google).

SENZALA

Lá na úmida senzala
Sentado na estreita sala
Junto ao braseiro no chão
Entoa o escravo seu canto
E ao cantar correm-lhe em pranto
Saudade do seu torrão

De um lado uma negra escrava
Os olhos no filho crava
Que tem no colo a embalar
E a meia voz lá responde
Ao canto e o filhinho responde
Talvez fingindo escutar

Minha terra é lá bem longe
Das bandas de onde o sol vem
Esta terra é mais bonita
Mas a outra é que quero bem
O sol lá tudo fogueia
Faz em brasa toda areia

Ninguém sabe como é belo
Aquelas terras tão grandes
Tão compridas como o mar
Com suas grandes palmeiras
Embelezando as areias
Queria eu lá estar

Lá todos vivem felizes
Dançam no terreiro livres
A boa gente lá não se vende
Como aqui só por dinheiro
O escravo cala a fala
Porque na úmida sala
Só ele está a pensar

A madrugada logo se instala
O fogo também se apaga
A escrava acaba seu canto
Prá não acordar em pranto
O filho que tá a sonhar

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