sábado, 28 de agosto de 2010

De Lampião







Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião nascido em 1898 em Serra Talhada-PE era também conhecido como “Rei do Cangaço”. Tem como uma das inúmeras justificativas para o seu nome, “Lampião”, por ele ter modificado um fuzil, possibilitando-o a atirar mais rápido, sendo que sua luz lhe dava a aparência de um lampião. Muitas lendas se formaram em torno de seu nome mas até hoje ninguém sabe ao certo o que ele representava se um justiceiro ou um bandido. O que posso contar é que por muitas noites eu e meus irmãos dormíamos no meio do mato, escondidos, com medo de Lampião. E das muitas histórias que se espalharam, não vivenciei nenhuma, só conheci o medo que atormentava todo o Sertão.
LAMPIÃO

O carrasco universal
Foi capanga bonzão
Correu todo sertão
Amansou cavalo doido
Andou em cima do lodo
Atravessou lagoas cheias
O sangue correndo nas veias
Atendeu os que viviam a procurar
Não deixando ninguém falar

O cangaceiro Lampião
Deixou muitos sem lhe conhecer
Levou má fama sem querer
Dizia: vou fazer o que quiser
Andando na marcha ré
Procurava vida sadia
Não cantava durante o dia
A noite sem fazer nada
Entrava na madrugada
Esperando o dia nascer

ADMIRAÇÃO E MEDO

O Menino admirou-se
Quando olhou prá ele
Pegou o casaco dele
E foi logo estranhando
Chamou seu pai em um canto
Disse a ele o acontecido
Todos dançavam o baião
E quem era que não corria
Com medo de Lampião

Pareço com Lampião
Em sua determinação
Mas sou chefe da poesia
Carrego o chapéu na mão
Sou o bonzão do Sertão
Me glorio com tudo isso
Moro em qualquer cortiço
Não lamento situação
Na curiosidade um furão
Não deixo você sem alegria
Mas quem era que não corria
Com medo de Lampião

Ele era um traiçoeiro
Vivia sempre escondido
Todo tempo iludido
No meio da cabroeira
Cantava Mulher Rendeira
Nos matos era campeão
Tomou conta do Sertão
E tomou decisão
Mas quem era que não corria
Com medo de Lampião

Eu também já fui guerreiro
Deixei muita gente chorando
Muitos deles lamentando
Mas a mim sempre amando
Mas nada na vida fica prá traz
Peço a Deus muita Paz
Não fico na mordomia
A mãe de Deus é minha guia
Mas quem era que não corria
Com medo de Lampião
SILÊNCIO NO CANGAÇO

O Sertão virou mata
A mata virou Sertão
O homem virou barão
Tudo ficou transformado
Deixou roupa engomada
Levou o resto e foi embora
Prá ele chegou a hora
Estava tudo resolvido
Não seria mais ouvido
Esperava o romper da aurora

Morreu o último cangaceiro de Lampião
Com 94 de idade
Em Minas fez sua morada
Sempre se saiu bem
Vivia sempre calado
Escondeu-se no serrado
Pois era muito abusado
Deixou o duvidoso pelo certo
Foi ver a última morada de perto

Se bandido ou justiceiro
Partiu o derradeiro
Deu o adeus ao sertão
Formou o grupo de Lampião
Por este sertão arisco
Do Sergipe margeou o São Francisco
E saindo de Minas Gerais
Viveu no Sertão sem Paz
Só Deus sabia e ninguém mais

Foi dura a vida do cangaço
Disse ele antes de morrer
Falou prá todos saber
Contou a história que quis
Disse ser bem feliz
Criou os filhos sem mania
Foi a grande ironia
Ficando todos conformados
Morreu sem deixar cuidados

Para Minha Esposa Querida




A Minha esposa é "Pedra de Lei"(ditado popular que diz como importante é a pessoa, equiparada à pedra da Lei de Moisés -Dez Mandamentos). Ela veio preencher os vazios da minha vida. Companheira, leal, sempre presente nos momentos mais difíceis da minha vida. E lá se vai mais uns versinhos como expressão de meus sentimentos.

PARA MINHA ESPOSA QUERIDA

Dedico a essa mulher
Ana Pacífico de Albuquerque
Que é pessoa que não esquece
De sempre fazer o bem
Sempre me traz pela mão
Nada que faz é em vão
Nunca fala um talvez
É pessoa que prá mim tem vez
Tem o passo firme
Não fica nunca atrás
Sempre procura o bem
Dar aos que não tem
Seguindo o que Deus mandar


A mulher que tenho guardada
Vale ouro refinado
Faz todo o meu agrado
Faz tudo prá me seguir
O amor dela tá aqui
Guardado no meu querer
Faço tudo prá a ela merecer
Amo a ela e mais ninguém
Só falta eu chamar ela de bem
Costume que não aprendi

domingo, 22 de agosto de 2010

A Seca no Sertão




Passei por todos os piores rigores da seca. O matuto vivia isolado, esquecido não tinha governo prá ajudar. Ele era só e lutava para educar e alimentar sua família. Muitas crianças morriam por falta d'água e alimentos. Nesta época não se contavam os mortos pela fome e pela seca, era cada um por si, não havia o que se fazer ou prometer só os fortes sobreviviam. A Religiosidade era o que nos mantinha vivos, orávamos para que Deus, a Virgem Maria e o glorioso São José nos ajudasse a sobreviver e eles ouviram nossas preces.

SERTÃO

No Sertão vou lhe contar
Há terra seca por lá
Os homens vão orar
Pedindo a Deus paciência lhe dar
E esperando a chuva cair
A esperança o faz consolar
Enquanto o povo a pensar
Aos filhos o que vai falar

O sertanense tem consciência
A seca a matar gente
Até os que tão no ventre
Espera na madrugada a fama
E deita fora da cama
Que é quando pode sonhar
É quando o matuto foge
De tudo que lhe envolve
De tudo que o faz amar


VAQUEIRO CAMPEÃO

No sertão do Ipanema
Tem vaqueiros prá todo gosto
Cavalo que corre coxo
Na aventura do dia
No mato correndo cria
Vaqueiro levanta a questão
Com a idéia na mão
Não muda de opinião
Faça tudo que fiz se quiser ser
Cantador respeitado e campeão

Vaqueiro criador do lar
Não deixe nada cair
Levante-se para seguir
Perdido na escuridão
Tocando seu violão
Na noite com todos lá
Manso no seu falar
Cantando sua canção
Faça tudo que fiz se quiser ser
Cantador respeitado e campeão

Do Nordeste brasileiro
Seja forte e destemido
Só ande bem vestido
Com roupa de azulão
Lave ela com sabão
Deixe quem quiser falar
Seja do tipo popular
E rico de mansidão
Faça tudo que fiz se quiser ser
Cantador respeitado e campeão

Nascendo no pé da serra
Nasça sem medo de errar
Cuidado ao caminhar
Procure sempre alegria
Não viva só de orgia
Criança com bola de pano
Abane o fogo com o abano
Viva com o coração
Faça tudo que fiz se quiser ser
Cantador respeitado e campeão

sábado, 21 de agosto de 2010

Para Danyelle e Flavinho








Danyelle foi minha primeira neta e com muita alegria todos nós a esperávamos. Porém, meu querido sobrinho Romildo juntamente com sua Salete trouxeram ao mundo o Flavinho e a alegria foi duplicada. E como de outra forma não poderia ser os versinhos para Dan foram também para o Flavinho. Demorei a postar pois estava muito bem guardado(1976) e deu trabalho para achar. Se Romildo tiver foto minha com o Flavinho mande para o e-mail de Lenice, pois quero colocar no Blog.
Pernambuco e Alagoas em festa

DAN

Da nossa Mãe sempre virgem
Nasceu o menino Deus
Foi do ventre de Maria
Que Jesus veio e morreu
Padeceu muito na Terra
Violência briga e guerra
Mas o menino venceu

Assim também DANYELLE
Com toda sua inocência
Chegou aqui neste mundo
E vai fazer penitência
Seu coração de ternura
Sua face de aventura
No calor do Recifense

De mim nasceu a LENICE
De LENICE ela nasceu
DANYELLE é um anjinho
E Jesus foi quem nos deu
É terceira geração
Está no meu coração
Quem tá dizendo sou eu

LENICE é muito querida
O SIDOCA é o bonzão
LENICE é carinhosa
E SIDOCA é bom irmão
LENICE no seu Direito
SIDOCA muito perfeito
Na sua casa é barão

Foi no dia 27
Uma e meia da madrugada
O galo estava cantando
Anunciando a chegada
O pavão também cantou
DANYELLE se acordou
Do ventre da sua amada

Urrava o boi de alegria
Berrava o bode também
O canário trilitava
O pombo dizia amém
A borboleta voava
Trazia nas suas asas
A notícia de alguém

Nascia naquela hora
E a cegonha voava
Trazendo no seu biquinho
A mensagem e a palavra
Me leve com bom carinho
Se não eu digo a vôzinho
E todo mundo saudava

No vinte sete de março
O Brasil quase parou
Pernambuco bateu palmas
Sergipe desafiou
Paraíba devagar
Os outros Estados de lá
Demorou mais prá já chegar

Uma netinha querida
Uma rosa em botão
Um perfume abrasador
Um cravo na minha mão
Uma mãe com uma dor
Um coração de amor
Chorando sem ter razão

DANYELLE foi chegando
E todo povo cantava
As luzes se acenderam
E as trombetas tocavam
LENICE ficou contente
E a vózinha valente
No coração lhe amava

Quando ela foi chegando
O perfume se espalhou
E ela foi perguntando
Onde anda o meu vovô
Estou com saudade dele
A vovó anda com ele
Valei-me nosso senhor

Vi DANYELLE chegando
Vi todo povo cantar
Vi o pássaro Bem-ti-vi
Vi cantar o sabiá
Vi também o curió
Vi avestruz ficar só
Com vontade de falar

Vi a lua ficar clara
Vi o dia amanhecer
Vi DANYELLE sorrindo
Com vontade de me ver
Vi o pai muito contente
O vovô no seu repente
Querendo lhe convencer

No outro dia cedinho
Ninguém podia andar
O hospital ficou cheio
De gente para olhar
A cidade toda contente
O Prefeito e muita gente
Sem ter vaga para entrar

Eu vi o governador
Reclamar o dia inteiro
Trepado em uma sacada
Para sentir só o cheiro
Quarenta e cinco soldados
Perguntando com cuidado
Se o comandante já veio

Eu vi o fogo-apagou
Chorando prá se acabar
Vi também o nambu pé
Com vontade de olhar
Vi o guiné voando
O papagaio falando
Um beijinho quero dá

A roseira abriu rosas
E a açucena brotou
A berinjela deu semente
E o orvalho secou
Vi o sol ficar mais frio
Vi as nuvens com mais brilho
E o povo não parou

FLAVINHO

Raramente isto acontece
E muita gente perdeu
O primeiro em Maceió
Foi o FLAVINHO que nasceu
Vi o mar se acalmar
Via as estelas dourar
E todo povo correu

O segundo foi aqui
No meu Recife querido
O recifense parou
E todos já convencidos
Vamos ver a estrela Dalva
E muita gente falava
De todo acontecido

Agora pode juntar
A DANYELLE e o FLAVINHO
Pernambuco e Alagoas
Os quatro em um só ninho
Embora os dois se criando
Vi tantas flores voando
E só peguei um cravinho

Vi o FLAVINHO crescendo
Vi DANYELLE nascer
Vi Pernambuco bonito
Vi Alagoas viver
Vi os pais com muito amor
Eu também como avô
No repente vou crescer

DANYELLE está pedindo
Que FLAVINHO venha cá
Dê um pulo em Recife
E venha logo me olhar
Eu sou bonita e cheirosa
Tenho o perfume da rosa
Só vozinho pode cheirar

Alagoas é toda minha
Ninguém mais pode mandar
Toda ordem que eu dou
Vai até o Ceará
Sou o FLAVINHO querido
E ando sempre vestido
Com a farda e o cajado

DANYELLE diz assim
Já sei que és o barão
Alagoano de fibra
E serás sempre o varão
Porém sou de Pernambuco
Sou linda e sou bacana



E mando em todo Japão

Amigo Alberídes




Alberídes é meu amigo de longas datas. E para que nossa amizade se estreitasse mais ainda a sua esposa Maria é irmã da minha Ana.

AMIGO ALBERÍDES –

Meu pobre coração
Não é rico como o dele
Fomos no mesmo trem
Na janela não vi ninguém
Já estava eu na guerra
Só vi Alberides na terra
Foi depois que aqui cheguei
Se eu prestasse atenção
Teria visto o amigo
E com muita alegria
Quem sabe encontraria
O amigo e irmão
Lá na guerra sem perdão
E quem sabe no meio do sofrimento
Com nossos papos sem muito argumento
Encontraríamos um alento
Para o nosso coração

VERSOS SOBRE A MORTE DE LENIRA - 1986


Perdi minha 1ª esposa, mãe de meus filhos, de uma maneira inesperada, ela tinha 56 anos e eu a pouco tempo me havia aposentado e diminuído minha vida frenética de muito trabalho. Começavamos a ter uma vida melhor. Foi um golpe muito forte e pensei que não conseguiria suportar, perdi 12 kilos e foi difícil sair da tristeza profunda que se abateu sobre mim. Foi nesta época que pude contar com meus filhos,meus parentes e amigos que me ajudaram a continuar a ver a vida de frente e a ser feliz com o que Deus havia me reservado. Estes versos narram como eu me senti, o que aconteceu e cita algumas pessoas que estiveram ao meu lado nesta ocasião.

VERSOS SOBRE A MORTE DE LENIRA - 1986

No dia oito de Julho
As cinco horas que eram
Vi chorar meu coração
Pensando naquela bela
Foi embora meu amor
Eu fiquei com tanta dor
Pensando no nome dela

Realmente as três e trinta
Da tarde aconteceu
Fui avisado e corri
Mau o tempo não me deu
Dez minutos de perigo
Queria falar comigo
Na hora que faleceu

Hoje estou sofrendo
Meu coração não parou
Quando fui chegando em casa
Minha filha me agarrou
Não acreditei na parada
Para mim era piada
Porém Deus foi quem levou

As cinco cheguei em casa
Sem saber o acontecido
Chamei de longe Lenilza
Correndo falou comigo
Fui cercado de carinho
O meu compadre vizinho
Chorando causou perigo

Lenice foi quem me disse
Vá depressa ao hospital
Titia Nena está lá
Eu não sei como ela tá
Minha mãe já faleceu
Agarrou na mão de Deus
E nunca mais ela cai

Marcinho o meu amigo
Ligeiro me levou lá
Quando entrei pelo portão
Sylene veio me encontrar
Foi na porta da saída
Que ela perdeu a vida
Antes mesmo de chegar

Quando fui chegando lá
Sylene ficou assim
A coisa não era boa
Ficou ainda mais ruim
Nena com inteligência
Pediu a Deus paciência
E chorou perto de mim

As lágrimas que derramei
Na garganta deu um nó
Pensando de hoje em diante
Ia porém viver só
Era apenas a certeza
O choro da natureza
Molhou quase um lençol

Começou a minha luta
Andando de lá pra cá
Maria minha sobrinha
De Santana vai chegar
Vi Salete aparecendo
E Bernadete querendo
Apenas me consolar

Dei um pulo e vim em casa
Fazer a comparação
Foi quando encontrei chorando
A queridinha Assunção
Ela veio com Vanildo
Um homem manso e pacato
Daquele alto sertão

As meninas de Helena
Com seus jeitos singular
Vieram de Maceió
Apenas prá me ajudar
Aproveito e lhe digo
O meu irmão tão amigo
Também Deus levou prá guardar

Elas ainda com tanta dor
Pensando porém em mim
Viajaram com coragem
E não acharam tão ruim
Isso foi o que aconteceu
Para dar aquele adeus
Naquela tarde sem fim

A minha comadre Carminha
Que nunca se faz de vencida
Ela estava viajando
Para o lado da Paraíba
Quando soube veio chorando
Perdi a amiga querida

Lenira, Nira ou mãe Nira
Assim todos a chamavam
Quando falando nela
Os meus olhos lacrimejavam
Eu aguentando tudo
E um desgosto profundo
Quando o seu nome falava

A minha vida mudou
Não tem ninguém ao meu lado
Vocês todos já sabiam
Que fui louco apaixonado
Ela tinha uma mania
Fazer o que eu pedia
Tudo do meu agrado

Se nunca fui ciumento
Porque não tinha motivo
Uma santinha daquela
Só queria me ver sorrindo
Foi assim a nossa vida
Uma pessoa querida
Que todos podiam ver

Antônio de Bernadete
Toda barra segurou
Zarpando lá de Santana
A todos comunicou
Todos vieram ao meu encontro
Todos num só pranto
Quatrocentos quilometros não distanciou

João de Salete também
Me disse depois eu vou
Não se conformava coitado
Para mim logo telefonou
Isso foi antes das oito
Para me dá seu conforto
E assim me confortou

Toinho meu irmão
Disse a Maria que ia
Zé Pacífico meu amigo
Chorando lá da Bahia
Telefonou avisando
Com palavras me animando
Era tudo que eu queria

Agradeço a todos vocês
Não pago a gratidão
Todos vocês me são caros
Só sinto pela solidão
Perdi a minha querida
Desgastei a minha vida
E fiquei sem solução

Minha inesquecível esposa
Lhe procuro em toda parte
Embora esteja sabendo
Que foste lá para o alto
Vivo na ilusão
Mas peço prá Deus perdão
De não ter conformação

Meu amor vou lhe pedir
Porém não sei como digo
Você não deve tá longe
Mas não quer falar comigo
Onde estás não é ruim
Telefone ao menos prá mim
Procure o seu amigo

A todos agradeço
Não falo em nome vão
Aos parentes e amigos
Que Deus lhes dê a benção
É tudo que vou fazer
Porém não posso esquecer
Da minha esposa padrão

Se pudesse falar com ela
Nem que fosse no Japão
Pediria ao bom Jesus
Que ela me mandasse um cartão
E eu ia até lá
Para logo lhe abraçar
E beijar a sua mão

domingo, 15 de agosto de 2010

CASA QUE NASCI


Esta foto foi tirada em 1984 quando estive em Santana do Ipanema e fui visitar o lugar em que nasci. Foi muito triste ver a casa que abrigou e em que nasceram os filhos de Pedrinho das Lagoas, totalmente abandonada e parcialmente destruída. Mas ainda podia ouvir as vozes que fizeram deste lar uma Grande Família.
CASA QUE NASCI

Uma madrugada saudosa
Um dia não muito famoso
Falado por aquele povo
Um homem nasceu forçado
No meio daquele roçado
Nasceu um pouco esquecido
A lembrança é enriquecida
Ao rever a casa querida
Choro por vê-la abandonada

Lindo o povoado de lá
Mulheres rendeiras trabalhando
Os homens o rio atravessando
Os meninos a brincar
As meninas a estudar
Todos somente a pensar
A seca a atazanar
Deixando no solo o nada
Ao rever a casa querida
Choro por vê-la abandonada

Em 1942
Quando parti para longe
Alguns ficaram chorando
Eu triste a lamentar
De tudo que deixei lá
Foi o chamado do governo
Que me fez partir sem medo
Deixei mãe amargurada
Ao rever a casa querida
Choro por vê-la abandonada

Deixei tudo e segui
Levei a consciência tranqüila
Naquela porta ninguém a sorrir
Deixei quem não poderia ir
Revi onde ficava a porta
Agora toda ancorada
Ao rever a casa querida
Choro por vê-la abandonada

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Para Severiano Júnior






Júnior esposo da minha neta Danyelle juntos formaram uma família linda enriquecida com meus três bisnetos: Felipe, Pedro e Júlia. E lá se vão estes versinhos para Junior que também se tornou meu neto e é pessoa que trago no coração.

Saiu daqui voando
Andando Ligeiro e Feliz
Foi para ser Juiz
E é todo mundo quem diz
Vocês podem acreditar
Ele aproveitou o luar
Saiu sem fazer pantim
Foi logo prá Itapetim

Morou um tempo por lá
Mas veio prá Gravatá
E alguém logo diz
Vão todos saudar o Juiz
Que nasceu prá ser feliz
Junto de sua família
Todos na regalia
Vivendo com alegria






DA RELIGIOSIDADE


"Oh! Deus, que pela vossa Lei deste a família um fundamento inabalável, concedei-nos seguir o exemplo da Sagrada Família. Para que, praticando as virtudes domésticas e o amor para com todos alcancemos o prêmio eterno na alegria de vossa casa."
DA RELIGIOSIDADE

Oh! Deus todo poderoso
Cheio de bondade
Criador de tudo
Senhor do tempo e da história
Nós vos damos graça
Por mais este ano

Chora Coração chora
Na sombra que te esfria
Sou a árvore do passado
Sou a flor do meio dia
Esta direita que vai
A esquerda que me traz
Há Bíblia que nos dá mais
Uma esperança futura
Abram mais seus corações
Que esta fé lhe segura

Nossa vingança é malvada
Só Cristo não fez isso
Mas o mataram por capricho
A Lei que não amparava
Ele que sempre andava
Fazendo bem a humanidade
Deixou o Pecado ao lado
Disse que ia voltar
A data não quis marcar
E estamos a esperar

Quando acendo uma vela
Fica tudo mais claro
Faz tudo parecer dia
Rezo à Ave Maria
Prá não deixar como está
Levar tudo que não presta
Tornar a vida uma festa
Ave Maria em seresta